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Rogério Cruz deixa Câmara de Goiânia sem respostas durante prestação de contas

today13 de dezembro de 2024 11

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A última prestação de contas do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (SD), realizada nesta terça-feira (13/12), terminou de forma abrupta. Após apresentar números sobre a gestão, o chefe do Executivo deixou a reunião da Comissão de Finanças da Câmara sem responder às perguntas dos vereadores, gerando críticas e protestos.

Prefeito justifica saída

Cruz alegou compromissos previamente agendados com a equipe de transição de governo e uma reunião com o Ministério Público para discutir questões da Saúde municipal como motivos para sua retirada. Contudo, vereadores classificaram o ato como desrespeitoso e cobraram explicações.

“Como posso questionar o direcionamento das minhas emendas e a situação caótica que está Goiânia se ele sai sem dialogar?”, criticou o vereador Paulo Magalhães (UB).

A vereadora Aava Santiago (PSDB) questionou a prioridade do prefeito: “Ele recebeu uma convocação formal para essa reunião de transição? Qual o poder dessa equipe para exigir a presença dele em detrimento do Legislativo?”

O vereador Bill Guerra (MDB) também se manifestou: “Isso é falta de respeito com vereadores e imprensa. Se está tudo certo, por que a cidade está um caos?”

Sessão encerrada

A saída repentina do prefeito levou o presidente da Comissão de Finanças, Cabo Sena (PRD), a encerrar a reunião, já que alguns parlamentares abandonaram a sessão em protesto. “Se os vereadores não vão estar presentes, precisamos encerrar”, lamentou Sena.

Avanços apresentados antes da saída

Antes de deixar a Câmara, Rogério Cruz destacou um crescimento nominal de 15,18% na arrecadação municipal no segundo quadrimestre de 2024, totalizando R$ 5,59 bilhões. Ele também apontou um crescimento real de 10,49% e avanços em justiça fiscal graças a mudanças no Código Tributário Municipal.

O ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) arrecadou R$ 849,7 milhões, enquanto o IPTU somou R$ 868,3 milhões no período. O secretário de Finanças, Cleyton Menezes, afirmou que os números estão em conformidade com a Lei Orçamentária Anual (LOA).

Na gestão de despesas, Cruz destacou o controle rigoroso de gastos com pessoal, mantendo o índice em 48,32% da receita consolidada líquida, abaixo do limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Investimentos abaixo do esperado em Educação

Apesar do aumento na arrecadação, a Educação recebeu apenas 22,83% da receita, abaixo do mínimo constitucional de 25%. A previsão, segundo a Secretaria de Finanças, é que o índice seja atingido até o fim do exercício fiscal.

Saúde em crise, mas com altos investimentos

A Saúde recebeu 24,26% do orçamento municipal, acima do mínimo constitucional de 15%. Mesmo assim, o setor enfrenta desafios significativos. A prefeitura destacou a realização de mais de 8 milhões de atendimentos no período e esforços para modernizar a infraestrutura e ampliar a oferta de medicamentos.

Execução de emendas impositivas

O prefeito ressaltou a execução de 89,41% das emendas parlamentares, totalizando R$ 139 milhões. Para Cruz, a parceria entre Executivo e Legislativo é essencial, mesmo em meio às divergências políticas.

Críticas à transparência e diálogo

Apesar dos números apresentados, a postura do prefeito foi duramente criticada por deixar o Legislativo “sem respostas”. O desfecho da reunião reflete as tensões entre Executivo e Câmara, em um momento de transição para um novo ciclo político na capital.

O impasse acendeu o debate sobre a transparência e o compromisso do gestor em responder aos questionamentos de vereadores e da população. A expectativa agora é que novas reuniões sejam convocadas para sanar as dúvidas pendentes.

Escrito por Rádio Terra

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