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Pastor mirim de 15 anos se defende após pais serem chamados de “pilantras”: “A língua do ser humano mata mais do que cobra”

today5 de maio de 2025 5

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Carapicuíba (SP) – Em meio a uma polêmica que mobiliza redes sociais, autoridades e líderes religiosos, o jovem pastor Miguel Oliveira, de apenas 15 anos, veio a público defender seus pais após ser alvo de críticas e acusações de exploração religiosa. Em um culto recente, o adolescente desabafou sobre os ataques que vem sofrendo e rebateu as acusações que recaem sobre sua família.

“A língua do ser humano mata mais do que a cobra”, afirmou Miguel durante a pregação. Visivelmente emocionado, o pastor mirim relatou ameaças de morte, ataques nas redes sociais e episódios de intimidação. “As pessoas estavam se levantando contra mim de forma covarde. Entrar em um culto com canivete na cintura é covardia. Ameaçar de morte na internet é covardia”, declarou.

As declarações do adolescente ocorreram pouco antes de o Conselho Tutelar de Carapicuíba intervir oficialmente. Em uma visita à residência da família, na última terça-feira (29), os conselheiros advertiram os pais e proibiram a divulgação de novos vídeos envolvendo o garoto em atividades religiosas, a fim de protegê-lo da exposição excessiva e de possíveis danos psicológicos.

A medida foi tomada após denúncias de que o jovem estaria sendo explorado financeiramente em nome da fé. De acordo com informações do portal Metrópoles, psicólogos e neuropsicólogos acompanharam a visita e fizeram orientações à família.

Nas redes sociais, Miguel ganhou notoriedade ao afirmar que realiza curas milagrosas, incluindo casos de câncer. Uma dessas alegações, no entanto, gerou ainda mais críticas. “Quer dizer que você diz que cura o câncer, mas não curou o câncer da própria mãe?”, escreveu um internauta, relembrando que a mãe do garoto está em tratamento contra a doença há cinco anos.

A polêmica se intensificou com o surgimento de vídeos em que o adolescente, que se apresenta como “profeta”, realiza cultos repletos de promessas de curas e bênçãos financeiras. O Conselho Tutelar e o Ministério Público de São Paulo investigam o caso sob a suspeita de exploração religiosa e possível negligência dos responsáveis. A exposição do menor nas redes e as reações violentas do público estão sendo apuradas como possíveis formas de violência psicológica, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A assessoria da família informou que os pais de Miguel decidiram afastá-lo da mídia por tempo indeterminado. “Eles não querem mais expor o filho. As ameaças têm sido absurdas. Já foram à delegacia, mas não houve retorno. Por isso, decidiram não se pronunciar mais”, informou.

Miguel afirma que iniciou sua missão pastoral aos três anos, após alegar ter sido curado de surdez e mudez – diagnóstico que, segundo ele, nunca mais foi comprovado. Atualmente, o jovem lidera cultos na igreja Assembleia de Deus Avivamento Profético, em Carapicuíba.

Enquanto o caso segue sob investigação, cresce o debate sobre os limites da fé, da liberdade religiosa e da proteção à infância nas redes sociais.

Escrito por Rádio Terra

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